terça-feira, janeiro 31, 2006

A poesia da vida

Acelerar a 300km/h e cheirar a Edelweiss na berma
Olhar aos pormenores e retirar o essencial
Avançar sem descurar o meio envolvente

A vida bipolar
O suricata nos olhos da águia
A orca no corpo do leão marinho

Sentir as letras escorrerem nos dedos como gotas de orvalho
Alimentar o espírito apenas com o respirar
Viver de uma forma plena, completa, segura e terna

Amar

(http://www.edelweissgrowers.com/page2.html)

quinta-feira, janeiro 26, 2006

A necessidade de Afirmação

Necessidade de afirmação.
De onde vem e porque é que existe.
Falta do quê? Falta de quem?

Mozart afirmou-se pela pergunta que lhe atomentava o cérebro (Quem é que gosta de mim)
Os tiranos afirmam-se pela opção musculada (parece que este termo está agora na berra)
Ghandi afirmou-se pela não afirmação.

De que vale clamarem aos sete ventos quando na realidade devereriam ouvir-se a si próprios.
A luta é sempre interior. Caso contrário, é apenas um acto de desespero.

O conceito de "dar a outra face" é interessante. O problema é que nem sempre é fácil ajudar, porque nós somos tão humanos como o próximo.

Diria que mais importante do que sermos capazes de ouvir os outros é sermos capazes de nos ouvirmos a nós próprios.
Experimenta e descobre a imensidão do que ainda está por fazer.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Instintos primários

Quando o tigre tem fome,
Quando a caça lhe corre nas veias,
Quando nada existe no mundo para além da presa,

Ele não olha, não observa.
Ele respira, ele sente.
A gazela existe não fora mas dentro.

A concentração, a adrenalina.
O momento.
Ele é indomável, invencível, intocável.

Reacção involuntária - instintos primários.
Nada o detém,
Nada o pode tocar.

O desfecho já estava delineado,
A vitória já era antes de existir,
A evolução já tinha feito o seu papel.

Todos temos os momentos de conhecimento inato.
Os momento do "sítio certo na hora exacta".

Quando o boxeur age por instinto e não por pensamento,
Quando o motard se salva do acidente de viação sem saber como,
Aí não existem vergonhas, preconceitos, máscaras.
Aí somos nós, no nosso mais íntimo instinto de sobrevivência.

Aí existe a prova de Darwin.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Perder a face

Há quem diga que o 2º lugar é simplesmente o maior dos perdedores. É verdade.
É onde surge a maior desilusão.
É o sítio onde se esteve mais perto e no entanto tão infinitamente longe.

Diria também que é o melhor sítio para se estar. E porquê?
Porque é onde se aprende mais. Onde se é obrigado a rever todos os porquês e onde inevitavelmente nos tornamos os mais fortes, os mais ágeis, ainda que irreconhecidos pelos demais. Mas é onde temos as nossas maiores vitórias.
É inteligente aprender com os erros dos outros, é certo, mas nunca será de uma forma tão marcante e vincada quando aprendemos com os nossos.

Uma vitória simples de 1º lugar imposta aos restantes adversários, esmagando-os, é a mais vazia de todas as vitórias.

Verdadeira vitória é a que consegue ser totalmente arrebatadora e partilhada de uma forma serena por todos os demais candidatos.

Vitória Maior é consegui-la garantindo que o 2º lugar não perde a sua face.

Exemplo: Caso o Mario Soares delegue à última hora todos os seus votos para Manuel Alegre seria, numa primeira abordagem, um sinal tremendo de derrota, de humilhação.

No entanto para uma personalidade como Mário Soares surgiriam sempre opiniões de que esta decisão só seria explicada por uma atitude magnânime e reveladora de uma estratégia criteriosamente definida desde o momento em que se lançou para contrapor a campanha de Manuel Alegre - ou talvez não..

Ainda assim, a vitória de Mario Soares já foi ganha há muito tempo pela sua dedicação ao nosso país (ainda que polémica em certos momentos da sua vida). Mas é incontornável que se trata de uma grande personalidade. Tal como Álvaro Cunhal.

Quem não foi capaz de reconhecer o grande homem que foi no momento da sua morte, independentemente das suas orientações políticas. Mas eram verdadeiras convicções e isso é o mais importante.

No exemplo que dei, ganha Manuel Alegre pelo seu carácter e ganha Mario Soares por toda uma vida - e ninguém perde a face.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Limites da mente

Então e se de repente tudo virasse do avesso?
Se tudo fosse diferente do que tens agora. Diferente do que conheces ou do que tu és.

Então e se para cada caixa não houvesse dentro e fora? Será que percebíamos o conceito do espaço Infinito?

E se o que os nosso sentidos nos dão é apenas uma parte da verdadeira realidade? Será que se explicava a loucura?

Então e se tu fosses nós e não apenas tu? Será que ninguém conhecia o conceito de guerra?

Somos o que somos resultando do meio envolvente.
O verdadeiro desafio, o verdadeiro pioneiro, é o que se liberta das amarras e ruma a novos destinos.
É aí que surgem os iluminados - na libertação.

Os limites só se encontram depois do os ultrapassares. Nessa altura deixam de o ser.