quinta-feira, agosto 09, 2007

O romantismo da vida simples

No restaurante, os olhares francos de um homem recto.
Os valores - a beleza da simplicidade humana, quando se consegue.
Do outro lado, um casal.

Cruzei-me com eles à saída.
Ela seguia de mão dada à filha e ao lado do seu marido.

Trocámos olhares - Porventura sentiu uma atracção, um desejo.

E naquele momento como que correu para os braços do seu marido.
Delicadamente aproximou-se.
Percorreu-lhe as costas com as suas mãos delicadas e por fim abraçou-o.

Foi como se o seu inconsciente se tivesse insurgido e a relembrou do quanto ela ama o seu marido - E ela sentiu isso, no seu âmago.

Naquela fracção de segundo, talvez não se tenha lembrado conscientemente de todos os bons momentos, de todos os sorrisos trocados, mas sentiu-o claramente.

E foi esse receio momentâneo de poder perder tudo por uma paixoneta fútil que a fez correr para os braços do seu marido.

Ele, surpreso com o abraço, beijou-a.
Mas não viu o amor que ela lhe trazia nos lábios.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Fora da Esfera

Por vezes, és capaz de te concentrar, de te dexares absorver.
De tal maneira, com tal vontade,
que vives a vida dos outros, não a tua.

Estás fora da esfera.
Significa que já não tens arrepios.
Já nada te dói a não ser a tua alma.

Vives nos outros, pelos outros.
Nas revistas, nos jornais e nas fotos.
Supões diálogos - Imaginas conquistas.

Talvez para aprenderes com os outros...
No entanto, o que os outros aprendem é o que lhes faz falta.
A eles... não a ti.

Incorpora a tua existência.

Sê como a Cobra - muda de pele.
Mas tem o cuidado de vestir sempre a tua.
A que te fica bem - a que te faz falta.

Nunca há coincidências - há apenas momentos em que estás mais atento.
E tudo acontece dentro da tua esfera.

Os sentimento das pessoas são as cores da tua paleta.

Tu és o pintor da esfera.

sexta-feira, julho 13, 2007

Teoria dos enxames

Face ao que foi publicado este mês na revista da National Geographic, sinto-me compelido a juntar os meus comentários a um tema que considero muito interessante:
A teoria dos enxames.

Formigas, abelhas, estorninhos, gnus e gafanhotos - autênticos casos de sucesso.

Este artigo fala das valências deste fenómeno que tem sido apurado ao longo de milhares de anos.
E para mim é óbvio que o ser humano não deixa de ser um animal embora haja quem se sinta a viver num plano diferente.

Pois este artigo cataliza a minha reflexão sobre a natureza humana.
Como é que esta teoria se encaixa no ser humano? Multidões em pânico são um exemplo paradigmático.

O pavor de quem foge de um World Trade Center em chamas está patente também nos olhos dos gnus que desesperadamente tentam subir escarpas para escapar ao rio de crocodilos.

O problema é que a mensagem que transmitimos ao próximo não é sempre a verdadeira e o individualismo faz com que percamos toda esta valência de pertencer a uma tribo.

"Quem conta um conto acrescenta um ponto".
A vaidade - Esse erro fundamental. Esse factor primário que coloca em causa a objectividade dos factos. Que deturpa a realidade.
E o que acontece é que essa realidade uma vez distorcida é potenciada e afasta-nos da melhor solução para o grupo.

Tal como se diz na NG, a inteligência colectiva só resulta se cada membro a título individual for responsável e autónomo, tomando as suas próprias decisões e segundo os mesmos padrões de objectividade.

O problema do ser humano é que a vaidade gera desiquilíbrios.
Provoca injustiças.
Depois há quem deixe de pensar, numa atitude de total preguiça e desconsideração pelo seu próprio bem estar.

Não entendem que no momento em que morrem para o grupo morrem para eles mesmos.

Curioso é também saber que existem linhas de pensamento denominadas "alternativas" como são os exemplos das publicações Louise Hay ou até mesmo o mais recente livro da berra "The Secret" onde as mensagens apontam para o mesmo que a teoria dos enxames.

E estas semelhanças são simplesmente fantásticas! Esta mensagem comum em extremos tão opostos.

"Criamos a nossa realidade" e "Somos espelhos uns dos outros" são mensagens comuns neste tipo de linhas de pensamento.

Tal como nos enxames, é importante o contributo activo de cada participante e se decidirmos ser felizes no nosso grupo, estamos a contribuir para o sucesso, prosperidade e felicidade do mesmo.
E é aqui que surge a criação da nossa realidade.

Tornamo-nos activos.
E tornamos a vida melhor para o grupo.
Seja o casal, a família, a empresa, a comunidade, o Mundo.

sexta-feira, junho 22, 2007

A Folha, a Árvore, a Floresta e a Formiga

Onde está a felicidade?
Na Folha que bebe luz e ilumina todo o seu ser?
Na Árvore que representa a Força ennraizada, inabalável e indestrutível?
Na Floresta que protege e sustenta?
Ou na Formiga? na que Caminha?

segunda-feira, junho 18, 2007

A verdade autista.

O momento em que passas a controlar a forma como percepcionas a realidade à tua volta, é o momento em que começas a ser dono do teu destino.

É o momento em que o jornalismo, a objectividade e a leitura crua caem por terra.

Deixas de ser reporter e passas a ser criador da tua realidade - A verdade autista.

Cuidado!
Os fundamentalistas são criadores dos seus destinos. Ouvem-se, visualizam-se, sentem-se apenas a si próprios e percepcionam apenas o que está no caminho de cumprir o seu destino.

Extremismos à parte, de uma coisa não tenho dúvidas:
Para deitar abaixo muralhas, temos que proteger os ouvidos.

terça-feira, junho 05, 2007

Física Quântica e o mistério da dualidade onda-partícula

"Observação", segundo Niels Bohr:
Transformamos ondas em partículas com a simples observação.
Observando, convertemos com a utilização da luz, um mundo das infinitas probabilidades num mundo discreto e palpável.
Os electrões simplesmente deixam de estar potencialmente em todo o lado para estar num lugar específico e concreto.

Quando constatamos que é uma partícula é porque é uma partícula.
Quando sabemos que é uma onda é porque é uma onda.


Pergunta:
Até que ponto a visualização no nosso cérebro pode equiparar-se à observação de que Niels Bohr falava?

terça-feira, maio 29, 2007

Criatividade ou falta dela

A Criatividade é algo que nos é inato.
A Criatividade faz parte de nós.
É algo que se exala,
que está em nós e resulta do simples acto de viver.

A criatividade é debelada,
decepada,
encaixotada todos os dias

Apaziguada,
domesticada
e por vezes aniquilada pelos preconceitos e pelos medos.
Medo de perder o que se tem.
Medo de largar níveis de conforto adquiridos.

Há que ganhar auto-estima
Há que conhecer o nosso valor
Há que gostar de nós próprios mais do que aos outros.
Para depois podemos gostar dos outros.

Assim a criatividade emerge
Concretiza-se no acontecer,
Quando se quer, porque se quer,
Lá no fundo.

Agir – Concretizar

E depois contemplar – aprender com o que somos capazes de pintar
Ver a magia que surpreende.

Supreendemo-nos com nós próprios,
Aprendemos e sentimo-nos recarregados.

Somos capazes de sorrir. E de ver que sorriem para nós..

Sem medos.

terça-feira, maio 22, 2007

O poder está em ti

A borboleta no estômago anuncia o crescendo.
O entusiasmo que se acentua,
A inspiração que se aproxima.

Tu cresces para além do que se vê.
Tu alimentas para além do que é palpável.

Surge então a 15ª pedra do teu jardim zen

O Mundo deixa de ser o que está lá fora e passa a ser o que tens dentro de ti.
Nada mais importa - o relógio parou de correr.

Enfrentas-te.
A ti,
Aos teus defeitos,
Às tuas virtudes.

Neste pequeno momento da tua vida cresces mais um pouco.
Conheces-te mais um pedaço.
Como que de um bolo se tratasse.
Um prazer.

quinta-feira, maio 17, 2007

O Segredo da Juventude

O segredo está em deixarmos de olhar para trás como tempo que já não volta.
O segredo está em olhar para a frente como tempo para aprender mais.

Em vez de pensarmos que somos mentes jovens em corpos velhos,
basta definirmo-nos como pessoas jovens com mentes maduras.

Visualiza-te como uma pessoa de 23 anos e com uma mente madura, como a tua.
Fantástico.

Paciência

Paciência é acreditar no teu valor.
Saber que por mais adversidades que existam,
O Pólo Norte é conquistado.

Paciência é ter tempo para te examinares.
É rever as tuas prioridades,
E criar certezas inabaláveis.

Paciência é respeitar.
Paciência é crescer.

Perder é apenas um outra forma de ganhar.

"Nada se perde. Tudo se transforma."

quarta-feira, maio 16, 2007

Felicidade

Feliz por estar feliz
Agradecer.

Estarmos conscientes pela felicidade que nasce à nossa volta e vivê-la
Enaltecê-la e saboreá-la.

Contemplar o estado de extrema felicidade em que vivemos
Não é desconcertante, é entusiasmante.

Temos tudo o que queremos e temos tudo, para termos o que quisermos.

quarta-feira, março 28, 2007

Simplicidade

Tão simples, o ser humano

Todos,
utilizando as mesmas regras,
os mesmos anseios,
as mesmas necessidades.

Se não vês, é porque estás muito perto, muito envolvido - Afasta-te mais um pouco.

Tão simples que é o querer ser complexo.
Esta necessidade implícita de complicar o que devia ser simples.
No fundo é a roda a girar.

Complicar,
para aprender a necessidade de descomplicar.

A sabedoria e enaltecimento surgem sempre do pouco que muito faz e não do contrário.

Pára - Olha para ti!
Depois vai - Abre as asas e voa.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A pergunta mais difícil e a resposta mais simples

A pergunta difícil é questionar Darwin sobre o que ele pensa da vida depois da morte.

A resposta simples é que basta um sinal de vida para acreditarmos na eternidade.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

CO2

Reclamamos justiça aos Estados Unidos.
Reclamamos consciência ao Sr Bush,
e assistimos ao lobbie também aqui, debaixo dos nossos pés.

Os limites de CO2 de Bruxelas recuaram perante a Porsche, a BMW e a Mercedes...

Vertigem

A sensação vertiginosa da velocidade
O instante presente
O voar por um objectivo
Sentir as margens desvanecerem
Sentir o crescer, o enaltecer

O sprint contínuo ao som de Smashing Pumpkins / Tonight
A vertigem - o arrepio - a paz

"but you're sure you could be right if you held yourself up to the light.
the indescribable moments of your life tonight.
believe in me as i believe in you"

quarta-feira, janeiro 31, 2007

O padrão

Em Lisboa existe um Padrão de Desconhecimentos.
À primeira vista é apenas a representação de uma nau portuguesa.
Se olharmos mais de perto encontramos outra coisa.

Encontramos um manual, um livro aberto.
Uma lição sobre a realidade portuguesa num retrato nu, cru e até anedótico.
De um Portugal, de uma Empresa, de um Homem de ontem e de hoje.

À frente está o Infante, um homem que representa a visão.
Um homem que sozinho não vale nada sem a equipa.

Logo de seguida o herdeiro que sobrevive sorridente à sombra do Infante.
Depois vêm os braços direitos
A força do lado direito, a sapiência do lado esquerdo

O medo e o receio está patente no olhar de muitos. Há que incorporá-lo tal como outro factor a ponderar - representa o risco.

Do lado nascente os objectivos:
A evangelização, o negócio, o conhecimento, a fome de novas do novo Mundo. A necessidade de poder.

Do lado poente o plano real - O que é necessário fazer.
Tecnologia - quadrantes, astrolábios e esferas armilares.
Poetas e artistas também estão lá, essenciais para imortalizar a obra.

E no fim, a mulher - sempre a mulher
Porque no fim de tudo quem move o homem é sempre a mulher.

Olha para o padrão. Olha-o nos olhos.
Ouve o que ele te diz.
O Camões, o Infante e outros que tais estão lá apenas para baralhar.
Apenas para cumprir o requisito.

Um pouco como a arte da imprensa em regimes totalitários.

Linguagem Gestual

Está hoje no Diário Económico uma foto gigante ilustrativa dos contactos entre Portugal e a China.

A linguagem gestual diz tudo.
O tradicional aperto de mão.
Sócrates de braço extendido
E do lado de lá... um aperto de mão recuado, junto ao tronco.

Para mim esta imagem diz tudo:
Sim, és português e eu chinês.
Bem-vindo quem vem por bem e que me traga vantagens.
Caso contrário...Eu sou a China e tu és Portugal.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Filantropia está na moda

Filantropia - Pois agora é o que está na moda.

Antes era só no Natal quando a consciência apertava.
Agora é quando o homem quer - quando a Moda assim o dita.

Sinceramente estou dividido.
Para mim o genuíno filantropo é o anónimo, o que nada pede em troca.
Também sei que se não fosse estas ondas de filantropia interesseira nunca se teriam tantos frutos.

É como a floresta. Essa também está na moda mas não dá tanto.
Plantaram-se milhares de carvalhos na Serra da Estrela, mas não é como a Leucemia.

Isto não quer dizer que as crianças do IPO não o mereçam. Merecem sim senhor. Isso e muito mais até porque é um tema que me é familiar, mas o que me choca é a leviandade com que certas pessoas ou entidades abordam o tema da filantropia.
E às vezes é apenas a forma como o marketing chuta as boas intenções cá para fora.

Assim não saímos da velha premissa de que 5 euros valem mais de quem não tem o que comer, do que 12 milhões de quem não sabe o que é cancro.
12 Milhões é sempre mais. São sempre mais bocas a alimentar.

Mais valia irem todos comprar um Mac.
Lá está - Mac-Moda. ;-)

segunda-feira, janeiro 15, 2007

A escrita de Deus

Deus não escreve direito por linhas tortas.

Deus escreve.
As linhas que se moldem.

Quem é o teu Deus?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

O cigarro dos nossos pulmões

O cigarro está para os humanos tal como o Sr Blairo Maggi está para o Planeta Terra.
Este senhor consegue com 1 recurso por cada 160 hectares dar cabo da nossa vida.

Trocando Floresta Tropical por Soja lá vai ele, feliz e contente
criando a sua fortuna.

Será que ele não percebe que de nada servirá aos seus filhos?
Será que ele ainda não aprendeu que a Terra é um empréstimo e não uma dádiva?

Por vezes espanto-me com a inteligência das avestruzes comparadas com certas pessoas.
Existem pessoas que nem corpo têm.
Só uma grande cabeça oca enterrada neste caso no Pantanal.

Ao que corta a árvore eu não condeno
Ao que tem o filho a chorar de fome eu não condeno a sua pouca consideração pelo ambiente.
Provavelmente faria o mesmo.

O segredo não está em acabar com o Jagunço
O segredo não está em acabar com a cultura de soja no Brasil
O segredo está em encontrar como fazer dinheiro em favor do ambiente e não contra.

Essa é a fórmula de sucesso e a única capaz de viabilizar a reviravolta.

Apenas quando plantar for mais rentável do que cortar é que encontraremos o equilíbrio de novo.